O deputado estadual Wilson Santos (PSD) esteve reunido nesta terça-feira (26), com a delegada-geral da Polícia Civil de Mato Grosso, Daniela Maidel. Em pauta, ações de inteligência da Polícia Civil, redução dos índices de criminalidade e o andamento das investigações sobre o assassinato do produtor rural João Antônio Pinto, de 87 anos.
O idoso foi assassinado no dia 23 de fevereiro deste ano, dentro de sua propriedade, no Contorno Leste, em Cuiabá, por um policial civil.
“A polícia precisa dar uma resposta à sociedade. Estamos falando de um senhor, cuja família alega já ter tido sua propriedade invadida várias vezes. Tinha problemas de mobilidade, de audição e medo ser vítima de uma emboscada ou de ter sua terra invadida novamente. Por isso, segundo a família, estava armado. Não sabemos as circunstâncias que levaram o policial ao local, tampouco o porquê de ele ter atirado no homem”, disse Wilson Santos.
“Como parlamentares somos cobrados e precisamos dar respostas à sociedade”, completou o parlamentar lembrando que as investigações já perduram há mais de 30 dias.
A delegada Daniela Maidel garantiu que as investigações estão em andamento e lembrou que as mesmas correm sob sigilo.
“Para a Polícia Civil a elucidação deste crime, e de todos os demais, é fundamental. Não descartamos nenhuma hipótese. Estamos trabalhando para saber porque o policial estava no local e quais as circunstâncias do crime. Várias linhas de investigação foram abertas e só poderemos dar detalhes do caso após a conclusão das investigações”.
Vale dizer que a Polícia Civil tem 30 dias para a conclusão de um inquérito. Mas o prazo pode ser prorrogado por igual período, quantas vezes forem necessárias, até a conclusão.
Armas menos letais
Durante a reunião, Wilson Santos também falou sobre outros casos que tiveram grande repercussão, como a morte de Diego Kaliniski, de 26 anos, na madrugada do dia 5 de fevereiro, em Vera (486 km de Cuiabá). Reafirmou a necessidade do uso de armas menos letais (taser) pelas polícias.
No caso de Diego, a PM estava em uma ação para coibir a perturbação de sossego. A vítima teria reagido à abordagem e tomado o cassetete de um dos policiais quando foi baleada e morta. O policial teria agido em legítima defesa.
Já em outra situação, em 2023, Thiago Graciote Moraes, de 29 anos, também foi morto por um policial militar, em Cotriguaçu, (955 km de Cuiabá).
“Neste caso, o rapaz já havia sido rendido e estava indo embora de uma festa quando um policial lhe deu um chute nas nádegas e o jogou no chão. O jovem levantou e de mãos para o alto disse atira, e o PM atirou. Se estivesse munido com uma “teaser” teria contido a vítima sem tê-la matado. Acredito que esta discussão sobre o uso de armas não letais precisa também ser discutida pela Polícia Judiciária Civil e pelo Governo do Estado que tem de preparar melhor os policiais que estão nas ruas portando armas de fogo”, disse Wilson Santos.
“Concordo com o senhor e quero dizer que a Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso também será provida de pistolas taser já no próximo mês. Que trabalhamos com inteligência nas investigações e que fazemos nosso trabalho de forma sigilosa e com a maior segurança possível, tanto para os policiais quanto para os investigados”, completou a delegada.